8 de maio de 2024
Mães são as mais atingidas pela solidão

Apesar de sentir-se realizada ao ver a única filha casar e estruturar uma nova vida, Hebe desmoronou quando se viu sozinha em casa, em 2017.

“Quando eu falava dela, sentia uma vontade incontrolável de chorar. A razão dizia que eu precisava construir novos laços, mas o sentimento era de não querer conversar com outras pessoas”, conta Hebe, hoje com 52 anos e viúva há 13.

Formada em Economia, ela trabalha como bancária há 29 anos em Jundiaí (SP). Apesar de gostar do trabalho, não conseguia lidar com a solidão e sentiu dificuldades para recriar a rotina, agora voltada para si e não mais para a filha Ana Carolina.

“É difícil não ter mais uma pessoa para cuidar e conversar. Eu não fazia muita coisa sozinha, a maioria do meu tempo era para ela, com ela e por ela”, diz Hebe. “Ela tinha atividades durante o dia, mas a gente sempre conversava quando ela chegava em casa, mesmo que fosse tarde da noite. Eu não ficava totalmente sozinha.”

Após a saída da filha, Hebe começou a apresentar sintomas depressivos: só saía de casa para trabalhar e visitar os pais, sentia dores intensas no corpo e vontade constante de chorar.

Em abril de 2018, após 11 meses, Hebe decidiu buscar uma psicóloga e foi diagnosticada com a síndrome do ninho vazio (SNV), caracterizada pelo sofrimento dos pais após o esvaziamento da casa pela saída dos filhos.

Apesar de não se arrepender da dedicação à filha, Hebe hoje reconhece a importância de buscar outras atividades de seu interesse e de construir si mesma em outros papéis além da maternidade.

(* Com informações do Portal G1 – Leia mais histórias como esta Aqui )

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